segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

De volta pra estante #45 : Coletânea de Contos

Capa do livro 'Coletânea de Contos' Nome: Coletânea de Contos
Autor: Caio Thomaz
Sinopse: Este livro não é novo. Ele já existia em sua memória e você não tinha se dado conta. As palavras serão seu guia para a construção de dez histórias fantásticas. Ele lhe mostrará por que cinco jovens ousados sofreram numa casa capaz de realizar seus desejos. Demonstrará do que uma bruxa realmente é capaz. Talvez lhe ensine como ressuscitar um Imperador. Vai lhe ensinar que certas histórias não devem ser contadas sem castigo. Fará com que volte a ter medo de bonecas de porcelana e manequins gélidos, usados como provas de entrega e devoção, assim como de raiva e de destruição. Contará cada detalhe no caso do desaparecimento de uma sábia madame do seu vilarejo, e do fatídico dia em que o Anjo caiu na Terra Sem Nome. Superstições podem ser mortais, tanto para quem acredita, quanto para os incrédulos. Há sempre consequências. Coletânea de Contos explicará por que criaturas simplesmente desaparecem, e outras que só querem aparecer.
Editora: Novo Século (selo Novos Talentos da Literatura Brasileira)
Comprar: SaraivaCulturaSite da editora

   Quando mais nova, eu tinha o costume de ler vários livros de contos, de diferentes temas: alguém aí chegou a conhecer a coleção As Sete Faces (dos Contos de Fada, da Fantasia, etc)? Em seguida passei para os contos de Lygia Fagundes Telles (super recomentdo o livro “Pomba Enamorada”), e passei a ficar mais seletiva nas coletâneas que vinham pras minhas mãos.
   Gosto deste tipo de leitura porque te permite mergulhar em um universo e sair dele em poucas páginas; por serem breves, não nos consomem muito, mas se bem escritos, vão embora deixando muitas ideias para trás. É o que posso dizer de vários contos da coletânea hoje resenhada: os mais notáveis começam sem muitas perspectivas, sofrem uma grande reviravolta e vão embora deixando cenas muito bem (d)escritas na sua cabeça.
   Sempre fiquei impressionado em como ela desprezava maquiagem. Para ela, as ruas eram circos onde vagavam palhaços tristonhos. As pinturas faciais disfarçavam emoções, cobriam as rugas, as tintas retardavam os grisalhos e os batons descoloriam os beiços. É como tentar segurar o tempo, e, como sabem, senhores, o tempo é substantivo abstrato e veloz.
  No geral, os contos seguem o gênero Estranho, no qual situações fantásticas ocorrem e há o espanto por parte dos personagens (diferente dos contos de Murilo Rubião, que é caracterizado como Absurdo – as situações fora do comum são tratadas com naturalidade. Ainda assim, ambos são Fantásticos.). As histórias são independentes, e por isto não posso dar um resumo do livro em geral. Por isto, destaquei a seguir alguns dos contos que mais marcaram:

As Bonecas da Senzala: o narrador-personagem nos conta a história de sua casa, que era “bem assombrada pelo mal”. Quando criança, viveu com os pais em uma antiga casa colonial, que era alvo de lendas diversas. A verdade ele ficou sabendo por meio da governanta da casa, Serena, que lhe contou a história das bonecas da senzala. O garoto passou a noite em claro… e o que poderia ter sido apenas um pesadelo se tornou realidade.
   Eu amo contos de terror. Eles trazem o tipo de sentimento que não dá pra descrever, porque cada um lê e imagina de uma maneira... E reage diferente dos demais. É melhor do que um filme do gênero justamente por esta liberdade; e cada um constrói a emoção de acordo com seus receios (e eu sempre posso tirar os olhos do livro quando a situação estiver muito tensa. No filme, até dar pause já é tarde demais!).

O Velho e a Ave: havia um sujeito que era um incrédulo fervoroso: se recusava a acreditar em qualquer tipo de manifestação ‘sobrenatural’, de religiões a horóscopo. Ele também era muito antissocial. Um dia, essas duas coisas que ele evita se encontram, e vêm ao seu encontro: no seu caminho habitual para o trabalho, o vizinho está conversando com um velho, que distribui papéis com a ‘sorte do dia’. O freguês para, o velho cutuca sua ave de estimação e ela retira um papel. Temendo ser muito grosso com o vizinho, que afinal nunca tinha lhe feito nada de mais, o nosso sujeito se detem para uma conversa breve, e acaba saindo de lá com um papel do tal velho – cortesia do vizinho. Apesar de não acreditar, o que estava escrito de prova verdadeiro, e então se inicia uma corrida para lutar contra o destino reservado pelo velho e a ave.
   Este conto é muito interessante, por trazer esta discussão do determinismo. Eu sou do time que acha que horóscopo é um jogo de estatísticas, que ter mais efeito no psicológico da pessoa do que no cosmo. E o final é tão irônico, que vale a leitura!

   A diagramação do livro é simples; gostei do título em uma folha separada, destacado: é possível refletir um pouco sobre o que a história pode trazer, antes de ser envolvido pela mesma.

   Fãs de contos: se joguem. Quem não tiver o hábito: tá esperando o quê pra começar?
   Por fim, já que eu falei do lado bom destes textos, preciso comentar que às vezes fico chateada por serem tão curtos… ;)


*Livro recebido para resenha.

3 comentários:

  1. Nossa que capa?!
    Adorei, não conhecia este livro. vai ter promo?! uahuaha nossa que pedixona!
    Beijokas enormes
    Brih
    Meu Livro Rosa Pink

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ih, Brih, a editora só mandou um exemplar. Nem marcador veio! D:
      Mas se eu ver alguma chance de ganhar, eu aviso! õ/

      Beijos!

      Excluir
  2. verdade Mirian
    curtos mais bem escritos
    eu adoro a Lygia Fagundes Telles o/

    ps:enfim estou seguindo o blog, eu não seguia!que absurdo!
    bjjjjjjjs

    ResponderExcluir

Agradeço o comentário!
Volte sempre! (:

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